domingo, 14 de dezembro de 2008

Moztra Ameryka apresenta

"Tangos, El Exilio de Gardel"; de Fernando "Pino" Solanas

Exibição do longa-metragem, em película, de Tangos, O Exílio de Gardel; de Pino Solanas.
Após a exibição será aberta a discussão sobre o filme.

Sinopse: Na solidão do exílio em Paris, um grupo de argentinos busca conexão com sua identidade e cultura através de apresentações de tango.
A ausência do contato com suas famílias e a vida dura no exílio, os remetem sempre ao desejo de voltarem para a sua terra.

DATA: 18/12/2008 – Quinta-Feira , a partir das 19:30
LOCAL: Cinemateca de Curitiba Rua Carlos Cavalcanti, 1174

A Moztra Ameryka é uma iniciativa do Grupo Nueztra Ameryka - Estudos de Cinema Latino-Americano.

Esta é uma ótima oportunidade para aprofundarmos os contatos com as cinematografias latino-americanas.

domingo, 7 de dezembro de 2008

NAPALM CONTRA BOLINHO DE ARROZ

Por Chico Maizena

Na última reunião do Grupo de Cinema Latino Nueztra Ameryka, assistimos ao filme 79 PRIMAVERAS do diretor cubano SANTIAGO ALVAREZ. Ao terminar a exibição, notei que um grupo de jovens não estava compreendendo quem seria HO CHIN MIN. Afinal nas aulas de cinema da Cinetvpr, a piazada tem sido bombardeda sobre filmes como Apocalypse Now, chamando a atenção para suas virtudes cinematográficas. Tudo bem até aí, entretanto, para se entender melhor os roteiros desses filmes, relembraremos alguns dados importantes sobre os acontecimentos no Sudeste Asiático daquela época.

Os patriotas da pequena, pobre e espoliada Indo China, agora Viet-Nan, que durante a Segunda Guerra Mundial haviam se desempenhado heroicamente na guerra contra o Nipo-Nazi-Fascismo, iniciaram a luta armada pela sua independência do julgo francês. Partindo de Hanói, HO CHIN MIN, um ex-cozinheiro de bordo de navios britânicos iniciou a campanha pela libertação de seu povo, e por sua vez, o sul, concentrava o maior controle dos neocolonialistas gauleses, dividindo-se desta forma o país em dois Viet-Nans.

Depois de infrutíferos esforços, A França, que chegara a enviar até a Legião Estrangeira para sufocar os anseios de liberdade do seu protetorado, resolveu se retirar.

A guerra Fria estava em toda sua plenitude e para garantir os interesses estratégicos e econômicos do ocidente, os Estados Unidos da América do Norte resolveram intervir no conflito. Deste modo os dois
Viet-Nans sofreram na carne, toda empáfia de West Point, através das tropas do Generalíssimo West Moriland, que respaldado pela tecnologia de última geração, tinha o dever de dar uma lição naquela gente. Nada adintou: nem a guerra bacteriológica, nem bombardeios frequentes das B 52, nem desembarques de Marines no melhor estilo Dia D ou mesmo os mortíferos helicópteros despejando Bombas de Napalm, aquelas que arrancavam a pele das pessoas no ato da explosão, nada. Nada conseguia deter aqueles homens amarelinhos, de chapéis cônicos, cujos equipamentos bélicos eram apenas um fuzil, um cantil e um bornal contendo bolinhos de arroz, que eram sua única refeição. Esses guerrilheiros das selvas, os chamados VIET CONGS, cujo chefe era GIAP, que, depois, transformou-se no comandante das vitoriosas forças vietnamitas, permaneciam meses embrenhados nas matas, encantoados em árvores, espreitando os jovens e bem treinados soldados invasores, para os quais o preparo físico era protegido por vacinas tríplices e muitas vezes encorajados pelo incentivo da heroína.

Enquanto isso, na América, os protestos contra aquela tresloucada aventura se iniciavam à medida que medalhas e restos mortais chegavam em sacos plástico às mãos das desesperadas mães da grande potência mundial.

Moral da história: os Yankes terminaram por enfiar o rabo entre as pernas, jogaram quinhentos réis no veado e vazaram...

Analisando bem, eles não foram de todo tão ruins assim, porque, ironicamente, na sua santa irresponsabilidade, acabaram, sem querer, transformando os dois Viet Nans num Só Viet.

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